domingo, 7 de novembro de 2010

Blackwater, Monsanto e Bill Gates: a máquina de guerra contra os camponeses.‏

O uso de mercenários em conflitos bélicos não é novidade. Diferente no cenário da guerra no Iraque é a meteórica ascensão de uma companhia que, sob o comando de um radical cristão de extrema-direita, transformou-se de mero campo privado de treinamento militar em um colosso com 600 milhões de dólares somente em contratos oficiais com o governo dos Estados Unidos. A 'Blackwater USA' assumiu essa privilegiada posição em menos de uma década. Investigação jornalística sobre a terceirização do aparato militar norte-americano, 'Blackwater' discute em que medida o emprego maciço de mercenários pode representar uma ameaça à democracia norte-americana.

As relações estreitas entre os mercenários da guerra suja no Iraque, a multinacional das sementes transgênicas e a fundação do magnata norte-americano são analisadas por Silvia Ribeiro, do jornal mexicano La Jornada.

Em 2009 o maior exército mercenário do mundo, a Blackwater (agora Xe Services) vendeu serviços clandestinos de espionagem à transnacional Monsanto. A Blackwater mudou de nome em 2009, quando se tornou famosa pelas denúncias sobre os seus abusos no Iraque, incluindo massacres de civis. Continua a ser a maior empresa privada do Departamento de Estado de Estados Unidos nos "serviços de segurança", para praticar o terrorismo de Estado dando ao governo a possibilidade de negá-lo.

Deveríamos saber que a Monsanto vem contaminando produções agrícolas em diversas regiões do mundo e quebrando centenas de pequenos produtores, incluindo o Brasil. Também tem se dedicado desde as suas origens a produzir tóxicos e a derramar venenos, desde o Agente Laranja até aos PCB (policlorobifenilos), agrotóxicos, hormonas e sementes transgênicas, sendo assim não é de se espantar que se associe a outra empresa de matadores.

Quase ao mesmo tempo que a publicação deste artigo em The Nation, a Via Campesina denunciou a compra de 500 mil ações da Monsanto, por mais de 23 milhões de dólares pela Fundação Bill e Melinda Gates, que assim acabou de tirar a sua máscara "filantrópica". É uma ligação que não surpreende.

Trata-se do casamento entre os dois monopólios mais brutais da história do industrialismo: Bill Gates controla mais de 90 por cento do mercado de patentes de programas de computação e a Monsanto cerca de 90 por cento do mercado mundial de sementes transgênicas e a maioria do mercado global de sementes comerciais. Não existem, noutro nível industrial, monopólios tão vastos, cuja própria existência é uma negação do conhecido princípio de "concorrência de mercado" do capitalismo. Tanto Gates como Monsanto são muito agressivos na defesa dos seus monopólios.

Tal como a Monsanto, Gates dedica-se também a tratar de destruir a agricultura camponesa em todo o planeta, principalmente através da chamada "Aliança para uma Revolução Verde em África" (AGRA). Esta funciona como cavalo de Tróia para despojar os camponeses africanos pobres das suas sementes tradicionais, substituindo-as por sementes das empresas, inicialmente, e por transgênicos, finalmente. Para isso, a Fundação contratou precisamente, em 2006, Robert Horsch, um diretor da Monsanto. Agora Gates, cheio de ganância, foi direto à fonte.

Blackwater, Monsanto e Gates são três caras da mesma figura: a máquina de guerra contra o planeta e a maioria da gente que o habita, sejam camponeses e camponesas, indígenas, comunidades locais, gente que deseja partilhar informação e conhecimentos e não quer estar na égide do lucro e destruição do capitalismo.



Frase de Bill Gates e do Steve Jobs no filme Piratas do Vale do Silício:

Bons artistas copiam, Grandes artistas roubam

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nosso Estado é relamente Laico?

Defendo um Estado Laico, que é o Estado sem religião, ou melhor, que não prega religião alguma, sendo que cada cidadão deve saber escolher o que é melhor para si. Estou convicto de que durante muitos períodos da História as Religiões só enlearam o desenvolvimento tecnológico e científico, e com certeza estaríamos muito melhor sem a maioria delas. Em nosso país (Brasil), a constituição prevê a liberdade de religião, sendo que Igreja e Estado estão oficialmente separados, mesmo que a legislação preveja que fica proibido qualquer tipo de discriminação religiosa, ainda assim a Igreja Católica Apostólica Romana recebe um tratamento diferenciado. Segundo notícias de o Globo, publicada em 08/09/2009: “O Senado aprovou ontem (07/09/2009) o acordo entre o Brasil e o Vaticano, reconhecendo o estatuto jurídico da Igreja Católica no país. Sem polêmicas nem divergências, senadores votaram simbolicamente a favor do projeto. O texto segue à promulgação”. “A aprovação do acordo simboliza a aproximação do Estado com a Igreja, mas, na prática, pouco altera a relação entre o governo e a instituição. O acordo ratifica normas já cumpridas sobre ensino religioso, casamento e prestação de assistência espiritual em presídios e hospitais. No Congresso, o projeto foi alvo de críticas de parlamentares que questionaram o fim do Estado laico com a aprovação do acordo.” Fonte: O Globo - Senado aprova acordo com o Vaticano, no sítio: http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/10/08/senado-aprova-acordo-com-vaticano-767959739.asp 
 Partindo dessa premissa aos quais muitos defendem que o Estado deveria seguir a princípios ordenados pelo Cristianismo, principalmente o da Igreja Católica, ocorreria que, se ensinássemos princípios cristãos, por exemplo, aos alunos das escolas públicas, ou mesmo se a gestão pública e o congresso estivessem orientados por princípios cristãos estaríamos indo contra a concepção de mundo de muitas famílias que não aderiram ao Cristianismo. No Brasil, além de cristãos, temos muitos que seguem ao Judaísmo, Budismo, Muçulmanismo, também há os Gnósticos, Agnósticos, Ateus, Teístas, Deístas entre outros. Também devemos considerar as diversas correntes espíritas.
 Se quiser ler mais acesse o Blogger: http://crabastosbrasil.blogspot.com/2010/09/nosso-estado-e-realmente-laico.html 
 Claudio Roberto A. Bastos

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"O Mundo segundo a Monsanto", um filme que denuncia a gigante dos transgênicos

Transcrevo aqui entrevista Realizada Pela UOL com a Francesa Monique Robin, autora do documentário o Mundo Segundo a Monsanto:

"O Mundo segundo a Monsanto", um filme que denuncia a gigante dos transgênicos

PARIS, 11 Mar 2008 (AFP) - O documentário "O Mundo segundo a Monsanto", exibido nesta terça-feira pela TV franco-alemã Arte, traça a história da principal fabricante de organismos geneticamente modificados (OGM), cujos grãos de soja, milho e algodão se proliferam pelo mundo, apesar dos alertas de ambientalistas.

A diretora, a francesa Marie-Monique Robin, baseou seu filme - e um livro de mesmo título - na empresa com sede em Saint-Louis (Missouri, EUA), que, em mais de um século de existência, foi fabricante do PCB (piraleno), o agente laranja usado como herbicida na guerra do Vietnã, e de hormônios de aumento da produção de leite proibidos na Europa.

O documentário destaca os perigos do crescimento exponencial das plantações de transgênicos, que, em 2007, cobriam 100 milhões de hectares, com propriedades genéticas patenteadas em 90% pela Monsanto.

A pesquisa durou três anos e a levou aos Estados Unidos e a países como Brasil, Índia, Paraguai e México, comparando as virtudes proclamadas dos OGM com a realidade de camponeses mergulhados pelas dívidas com a multinacional, de moradores das imediações das plantações pessoas que sofrem com problemas de saúde ou de variedades originais de grãos ameaçadas pelas espécies transgênicas.

Robin relatou em entrevistas divulgadas pela produção do filme que tentou em vão obter respostas da Monsanto para todas essas interrogações, mas que a companhia decidiu "não avaliar" seu documentário.

Um capítulo do livro, intitulado "Paraguai, Brasil, Argentina: a República Unida da Soja", relata o ingresso desse cultivo nesses países, que estão hoje entre os maiores produtores do mundo, por meio de uma política de fatos consumados que obrigou as autoridades do Brasil e do Paraguai a legalizar centenas de hectares plantados com grãos contrabandeados.

A legalização beneficiou obviamente a Monsanto, que pôdo cobrar assim os royalties por seu produto.

Marie-Monique Robin é uma famosa jornalista independente, que, em 2004, gravou um documentário sobre a Operação Condor chamado "Esquadrões da Morte: A Escola Francesa"- para o qual entrevistou vários dos maiores repressores das ditaduras militares dos anos 70.


Fonte: Tirado do sítio: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2008/03/11/ult34u201215.jhtm