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O deputado João Ananias (PCdoB-CE) repercutiu, em pronunciamento no Plenário da Câmara, nesta quarta-feira (19), as denúncias recebidas do Sindicato dos Bancários do Ceará de demissões em massa nas agências do Banco Santander. “Estão atingindo funcionários com mais de 10 anos naquele banco, parte dos demitidos encontra-se perto da aposentadoria e até pessoas portadoras de deficiência entraram na lista”, critica o parlamentar.
“Faço esta denúncia, apelando à presidenta Dilma providências imediatas e rígidas contra esses que se utilizam das riquezas do nosso país e tratam tão perversamente nossos trabalhadores. O Santander não está demitindo na Espanha, que vive grave crise econômica, porque demite no Brasil?", indaga Ananias.
As informações apontam para aproximadamente cinco mil funcionários demitidos, em todo o Brasil. Para o parlamentar, as demissões representam um grave desrespeito aos trabalhadores. “São eles os responsáveis pelos lucros, correndo riscos diários, enfrentando assaltos e outras formas de violência, não reconhecidos pelo banco”, diz o deputado, solicitando que a direção do banco “retroaja imediatamente, suspendendo essas inexplicáveis demissões”.
O setor de maiores lucros, que são os bancos, trata perversamente seus funcionários, avalia o parlamentar, destacando que o Santander teve lucros de R$ 5,6 bilhões nos primeiros nove meses de 2012, somente no Brasil.
A
Chacina da Lapa ou Massacre da Lapa (16 de dezembro de 1976) foi uma operação
do exército brasileiro no comitê central do PCdoB - localizado na Rua Pio XI,
nº 767, no bairro da Lapa em São Paulo - que culminou com a morte de três dos
dirigentes do partido. Na ocasião o partido era mantido de maneira clandestina
em função da proibição imposta pelo regime militar. A operação foi possível
pela traição de Jover Telles, membro do CC, que fora cooptado pela repressão
desde há muito. João Baptista Franco Drummond, preso no dia anterior, à tarde,
após sair da casa é levado ao DOI/CODI e assassinado, sob tortura, na
madrugada. Ângelo Arroyo e Pedro Pomar, sem esboçar qualquer reação, foram
mortos na incursão e mais cinco integrantes - Elza Monnerat, Haroldo de Lima,
Aldo Arantes, Joaquim de Lima e Maria Trindade foram presos e torturados. Conseguem
escapar da prisão José Novaes e Jover Telles.
Tirado
do DVD - Direito à Memória Verdade e Justiça – do Ministério da Justiça,
relativos aos Estudos e Implantação da Comissão da Verdade no Brasil, sob o
Título – Massacre da Lapa.
“Num primeiro momento
eles não entendem o que acontece, o estrondo, o reboco caindo. A Arroyo não lhe
dão sequer esta chance. Sai do banheiro, ‘Que é isso?’, e então é atingido
pelas costas com tal impacto que o corpo parece saltar para a frente. ‘Que
desgraça! Nos pegaram’, grita Pomar”. Com essas palavras, um neto do antigo
líder comunista Pedro Pomar procurou reconstituir, em seu livro, o espanto e a
surpresa dos dirigentes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ante a investida
dos órgãos de repressão contra o “aparelho” em que se encontravam – reconstituição
sustentada a partir do relato de Maria Trindade, sobrevivente daquilo que ficou
conhecido como o “Massacre da Lapa”.
Era cerca de 7 horas
da manhã do dia 16 de dezembro de 1976, quando, na Rua Pio XI, na Lapa, em São
Paulo, militares do Exército e policiais invadiram e metralharam a casa de
número 767. Dentro da casa estavam Ângelo Arroyo, Pedro Pomar e Maria Trindade,
membros do Comitê Central do PCdoB e remanescentes das reuniões da alta cúpula
do partido que ali tiveram lugar nos dois dias anteriores.
Era o desfecho de uma
operação preparada e conduzida desde o início daquele mês pelo Centro de
Informações do Exército (CIE) e pelo Destacamento de Operações de Informações -
Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) paulista. Seu objetivo:
desarticular a última organização de esquerda clandestina ainda capaz de
desenvolver algum tipo de ação revolucionária. Aos olhos dos integrantes da
máquina repressiva montada pela ditadura, tratava-se de dar também uma demonstração
de força contrária ao processo de distensão política anunciado pelo governo do general
Ernesto Geisel. Essa máquina tinha o apoio explícito da maioria dos comandantes
e ministros militares, mas temia especialmente as consequências da liberação da
censura nos jornais da grande imprensa e os debates parlamentares.
Em 1975, seus membros
já haviam demonstrado a intenção clara de forçar a retomada do ciclo punitivo –
os casos de tortura triplicaram em relação ao ano anterior; a “Operação Radar”
atingiu violentamente o Partido Comunista Brasileiro, desmantelou o Comitê
Central, prendeu centenas de militantes e simpatizantes.
No caso do Massacre
da Lapa, militares e policiais diretamente envolvidos com as forças de
repressão festejaram um refluxo da política de distensão. Foi a última grande
operação de aniquilamento das organizações de esquerda levada a cabo pela ditadura.
Para
saber mais:
POMAR,
Pedro Estevam da Rocha. Massacre na Lapa. São Paulo: Editora
Perseu
Abramo, 2006.
COELHO,
Marco Antônio Tavares. Herança de um sonho: as memórias
de
um comunista. Rio de Janeiro: Record, 2000.
Referências
bibliográficas:
POMAR,
Pedro Estevam da Rocha. Massacre na Lapa. São Paulo: Editora Perseu Abramo,
2006.
COELHO,
Marco Antônio Tavares. Herança de um sonho: as memórias de um comunista. Rio de
Janeiro: Record, 2000.
GASPARI,
Elio. A ditadura encurralada. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
CARVALHO,
Luiz Maklouf et al. Pedro Pomar. São Paulo: Brasil Debates,