Tirado do
sítio da CEBRAPAZ Nacional, escrito em 10/12/2004, a carta vale para a Sede até
hoje, ainda não foi complementada nem modificada...
Carta de
Princípios
A humanidade
toma consciência da necessidade urgente da paz mundial para que possa organizar
a vida dos povos e usufruir as conquistas científicas que enriqueceram o
conhecimento humano.
Em todo o
mundo os povos manifestam-se contra as guerras, a violência e as injustiças que
têm sido promovidas por elites que exercem o poder absoluto no planeta através
da concentração dos recursos econômicos, políticos e bélicos. Em defesa da
democracia condenam a escalada do autoritarismo que os transformam em escravos
dos desígnios imperialistas.Os atos de violência de variada natureza se sucedem
em resposta à crescente opressão exercida por governos que se distanciam da
ONU, criada para a defesa dos Direitos Humanos e da autonomia das nações.
Lideradas pelos Estados Unidos, as elites autoritárias impõem a sua vontade
pela força, destruindo países e massacrando populações civis.
A partir do
uso da bomba atômica contra Hiroshima e Nagasaki no Japão e do bombardeio que
destruiu a cidade de Dresden na Alemanha, quando a Segunda Grande Guerra já
havia terminado, os governos que hoje alimentam as guerras mantiveram a
estratégia do poder bélico como afirmação do seu poder no mundo. Seguiram-se
guerras de caráter neocolonialista que resultaram na divisão de países como
Coréia, Vietnam, Palestina, Afeganistão, Iugoslávia, Iraque e vários países da
África, Ásia e América Central, além de intervenções políticas que impediram o
fortalecimento democrático de diversas nações. Como resultado dessa estratégia
de dominação, foram impostos governos subordinados aos interesses
imperialistas, acentuando a exploração e o controle da economia e da vida dos
povos dominados, a quebra das condições de desenvolvimento nacional com a
conseqüente fome e dependência de ajudas humanitárias para a sobrevivência.
Segundo o Informe do Milênio do secretário-geral das Nações Unidas, quase a
metade da população mundial tem que subsistir com menos de dois dólares ao dia.
Um bilhão e duzentos milhões de pessoas dispõem de menos de um dólar diário. As
populações da África subsaariana são hoje em dia quase tão pobres como há 20
anos. De uma força de trabalho ao redor de três bilhões de pessoas, 140 milhões
de trabalhadores estão desempregados e entre um terço e um quarto estão
subempregados. A nível mundial, um bilhão de pessoas que vivem nos paises
desenvolvidos recebem 60% da renda mundial, enquanto três bilhões e meio de
habitantes dos países pobres recebem menos de 20%.
Enquanto
isso, as grandes potências disputam o controle das riquezas nacionais, dos
mercados e das esferas de influência no mundo. Com falsos pretextos, como o da
existência de armas de destruição em massa no Iraque, os Estados Unidos e seus
aliados têm desenvolvido a estratégia das guerras preventivas que aniquilam a
vida nacional e instalam o caos, permitindo o controle externo das riquezas,
como o petróleo por exemplo, e a proliferação de recursos para as redes
internacionais do crime, como é o caso do aumento da produção de drogas no
destroçado Afeganistão. Populações indefesas subordinam-se à miséria e às redes
do crime organizado, incorporando-se nos serviços de prostituição, de tráfico
de drogas e armas, de crimes contratados, como se fossem os modernos escravos.
Em discurso
no dia 02/09/04, o presidente Bush traçou a sua filosofia do conservadorismo
compassivo que está na base deste esforço para substituir a consciência
política e social, que os povos alcançam com a vida democrática, pela confiança
cega na sua liderança: cada um melhora as suas vidas mas não dirige as suas
vidas. Proclama-se um protetor, um líder predestinado a combater o eixo do mal
em qualquer ponto do planeta, eliminando as normas do direito internacional.
Invasão e ocupação de países soberanos, massacres de populações civis e a
abominável prática das torturas são as resultantes da política da superpotência
do mundo contemporâneo, um sinal de retrocesso civilizacional e de barbárie. As
ameaças à paz são particularmente agudas em sociedades marcadas pela fome, a
miséria, a dependência econômica e o crime organizado. Lutamos pela paz mundial
empenhando-nos também em favor de iniciativas que visam a solucionar os graves
problemas que tornam a população vulnerável a um nefasto controle externo
dentro da estratégia de domínio imperialista.
Defendemos a
paz mundial, com justiça social, distribuição de renda e de riqueza,
democracia, soberania nacional e desenvolvimento.
No Brasil
vivemos um momento histórico em que a sociedade se mobiliza para combater esses
males que existem há séculos, impondo situações de insegurança e de violência.
Muitas são as iniciativas voltadas para reforçar a consciência social levadas
às áreas mais carentes do território nacional através de educação, formação de
cooperativas, apoio religioso, manifestações artísticas, que aplicam o valioso
sentido de solidariedade e a criatividade dos brasileiros na luta persistente
para que o Brasil se fortaleça por meio do seu povo. Concebemos a luta pela paz
integrada na mobilização do esforço nacional para combater o crime organizado,
a lavagem de dinheiro, a corrupção, a expansão da AIDS, a proliferação das
drogas e o uso descontrolado das armas. Essa mobilização tem sido
extraordinária e representa um grande passo no desenvolvimento de uma
consciência social que reforça a independência nacional. Importantes meios de
comunicação, profissionais, Universidades e ONGs participam dessas campanhas,
investindo recursos e talento para a obtenção do êxito que hoje sensibiliza
outros povos. O laço da solidariedade internacional se estende nos dois
sentidos, assegurando a presença do Brasil nas manifestações pela paz em todo o
mundo.
Entidade de
sociedade civil, plural, democrática, patriótica, solidária e humanista, o
Cebrapaz Centro Brasileiro de Solidariedade
aos Povos e Luta pela Paz adota
estes princípios e assume os seguintes compromissos:
- Lutar pela
paz mundial, contra as guerras de ocupação, em defesa da soberania de todos os
povos e nações;
- Denunciar
os crimes de guerra, os massacres de populações civis, a abominável prática da
tortura e defender os Direitos Humanos;
- Prestar
solidariedade a todos os povos que lutam por seus direitos sociais e políticos
pela autodeterminação.
Em nome
destes princípios e compromissos, o Cebrapaz convida todos a unirem os seus
esforços pela paz como condição de liberdade, de combate à miséria, de proteção
à natureza, de desenvolvimento nacional, de democracia e independência, no
reforço ao espírito de solidariedade com toda a humanidade..
São Paulo Brasil, 10 de
dezembro de 2004
Conforme o original em: